20.9.12

que o mundo acabe num suspiro

sem a melancolia da lágrima suspensa na ribalta que não se permitiu rolar precipício abaixo
sem o lamento do amor não vivido num espaço que só as naftalinas conseguem eternizar
sem a gana de viver todo o perdido do tempo nos últimos segundos de insistência
sem o drama venturoso do que poderia ser e não foi além da mediocridade

mas que acabe num suspiro da clara de ovo batida com açucar
na espiral e tempo em câmera lenta segura pela mão
assado ao fogo matutino dos raios de sol
ao ponto de dar água na boca

hum! que o mundo acabe com a última mordida na Aurora

que o mundo acabe num suspiro

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