19.8.12

epitáfio

chovem risos e lágrimas na lápide
aqui jaz o amor, morte prematura
estica o fio seda da eternidade
de suas flores nasce poesia futura

estrela e musgos adornam seu cabelo
sabem agasalho por uns, aconchego
sabem outros, serpente, ira e desespero

na soledade d’alma ensolarada
na palma da noite pois sepultura
pedra sobre pedra dessa lápide
se insiste nuvem, leveza perdura

de seu riso não se faça flagelo
de seu desejo, apluma sonho singelo
sol das almas! chove epitáfio libelo

(para García Lorca, in memoriam)

15.8.12

dialogando com rosa:

... se o que lembro, tenho
o que tenho, livre lembro ser...

4.8.12

pra que tanta brevidade de pedras?
só as nuvens e as bolhas de sabão são eternas...

3.8.12

..............todo mistério da vida está
numa nuvem que chove
numa bolha de sabão que explode.