10.4.10

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Para aqueles que amam, o tempo não existe
porque os amantes arrancaram o seu próprio coração para oferecê-lo àqueles a quem amam.
Por isso são insensíveis aos milhares de homens e de mulheres que não são o seu amor,
e é por isso que eles choram e se desesperam com segurança.
E é sob o atraso desses relógios sangrentos que aqueles que são amados vêem aproximar-se a velhice e a morte.
Para aqueles que sofrem, o tempo não existe.
Ele se anula à força de precipitar-se: cada hora de um suplício.
O tempo é uma tempestade de século.


fala do personagem Fédon :: Livro Fogos :: de Marguerite Yourcenar


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4 comentários:

Anônimo disse...

"Amour Dure - Dure Amour" (amor que dura, amor cruel)- era o mote inscrito na gargantilha de Medea da Carpi, personagem de Vernon Lee em um dos contos reunidos por Ítalo Calvino numa antologia de literatura fantástica.

patricia mc quade disse...

esta antologia eu não conheço,
mas por coincidência o último texto que li este fim de semana foi "medéia" de eurípedes.

"os deuses sabem quem começou esta espiral de horrores"
(última fala de medéia na peça)

rsrsrsss...
adoro tragédias!
bjs

Felipe disse...

"Ah!, quanto eu queria navegar
P'ra sempre a barca dos amantes
Onde o que eu sei e deixei de ser
Onde ao que eu vou não ia dantes
.
.
.
Ah, quanto eu queria navegar
Pra sempre a Barca dos Amantes
Onde o que eu vi me fez vogar
De rumos meus, a cais errantes
.
.
.
Ah, quanto eu queria me espraiar
Fazer a trança à calmaria
Avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia"

do Mestre Milton Nascimento

patricia mc quade disse...

que lindo felipe,

queria ver vc cantando essa música do mestre milton com a sua voz linda.

bjs gato.
te quiero mucho.