eduardo galeano
(tradução livre :: patrícia mc quade)
(tradução livre :: patrícia mc quade)
Passinho a passo, fio após fio, o aranho se aproxima da aranha.
Oferece-lhe música, transformando a teia em harpa, e dança para ela, enquanto pouquinho a pouco vai acariciando, até o desmaio, seu corpo de veludo.
Então, antes de abraçá-la com seus oito braços, o aranho envolve a aranha na teia e a amarra bem amarrada. Se não a amarra, ela o devora depois do amor.
O aranho não gosta nada desse costume da aranha, de modo que ama e foge antes de que a prisioneira acorde e exija o serviço completo de cama e comida.
Quem entende o aranho? Ele poderia amar sem morrer, teve a manha de cumprir essa façanha, e agora que está a salvo de sua sanha, sente saudade da aranha.
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bibliografia: GALEANO, Eduardo. Bocas del tiempo. Buenos Aires : Catálogos, 2004, p. 18.
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bibliografia: GALEANO, Eduardo. Bocas del tiempo. Buenos Aires : Catálogos, 2004, p. 18.
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6 comentários:
Ela é mansa...
Não devora, degusta.
Ela é mansa...
Não exige, pede.
Ela é mansa...
frágil,
medrosa,
sensível.
Não carece de tanta trama, teia e amarração.
Ela é mansa.
será?
;)
Será.
Ela é mansa.
então, tá!
Adorei!
Adorei, mas o aranho poderia sim deixar dar uma mordidinha só. não dói, dói?
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