29.6.09

Alma ao ar

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eduardo galeano
(tradução livre :: patrícia mc quade)

Segundo dizem algumas antigas tradições, a árvore da vida cresce ao contrário. O tronco e os ramos para baixo, as raízes para cima. A copa se afunda na terra, as raízes miram o céu. Não oferece seus frutos, senão sua origem. Não esconde debaixo da terra o mais entranhável, o mais vulnerável, senão que o arrisca à intempérie: entrega suas raízes, em carne viva, aos ventos do mundo.

— São coisas da vida — diz a árvore da vida.

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bibliografia: GALEANO, Eduardo. Bocas del tiempo. Buenos Aires : Catálogos, 2004.


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