vestia
um vestido
de culpa
vestido
estreito
[injusto]
tecido
de pele
de gente
atado
o corpo
sofria
calada
a boca
nem ria
no olho
um vale
se via
naquela
não se cabia
nem mais
se seria
mas num dia
com goles
de pura
ousadia
rasgou o vestido
no dente
despida
da veste
estranha
verteu
[de dentro]
as entranhas
***
sou leitora assídua dessa poeta. gosto do jeito como ela subverte o sentido literal das palabras. gosto do seu humor negro no que diz respeito ao amor, à dor, aos sentimentos humanos dos mais corriqueiros, dos mais essenciais e, às vezes, até dos assuntos que julgamos nada poéticos. tudo vira poesia na palavra dela :: poema em forma de brevidade :: de força imagética :: de etcetares de língua, de boca, de sabores!
é a síntese de uma dor viva que nem sempre dói, que é aguda, penetrante, cáustica e também lasciva, voluptuosa, sensual.
tantos adjetivos para se dizer o que não se consegue de fato explicar.
enfim,
indico aos leitores esse blog. tem muita itensidade sensorial e pungente lá.
visitem e confiram!
ana dundes em:
2 comentários:
Hei, moça, assim eu choro...
vim aqui te ler e que surpresa!
Beijo e obrigada pela delicadeza-lembrança-emoção da indicação.
Oi, Patrícia!
Assino embaixo seus comentários sobre a Ana Dundes. Sou fã dela!
Um abraço.
Vagner
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